I know i'm alone but somebody's watching me,
Follows me everywhere i go.
A cold flow surprised me again,
I shiver.
The presence of something, i can hear it's breathing.
Leave me alone, wherever you came from.
Hearing so much voices, no one's talking.
Running for something, nothing in the black of the night.
Creeps around you, the invisible force that makes you crazy.
I can't remember how it feels to be warm, to be alone
Without that fear deep inside.
Icons of death float on beyond me,
Whispering my name and breathing my fear.
The menace of insanity,
Inner voices cry out for action.
Defenceless as i am,
Lost in the alleged paradise.
I'm not sure if i'm here or elsewhere
Searching for satisfaction
Beyond the frontiers of my comprehension.
Escuro. Depois do estrondo de um tiro, uma dor dilacerante no peito e uma queda surda no rio, James contemplava o escuro, um vazio infinito. "Estou morto?", pensava. "O que acontece agora?". Era uma sensação que ele não poderia explicar. Depois de muito tempo flutuando na própria mente, ele sentiu um toque profundo no peito, puxando-o para a superfície de algum abismo.
James acordou nas margens de um córrego, devia estar em algum lugar de New Jersey, onde morava. Caminhou um pouco e achou uma estrada. Ele não entendeu bem o que havia acontecido, parecia que esteve inconsciente por dias, mas não haviam se passado nem cinco minutos. Esperando que algum carro passasse por ali, James viu uma mulher solitária caminhando em sua direção. Aparentando ter trinta e poucos anos, ela usava um moletom preto largo, uma calça e um coturno da mesma cor. Um raio de esperança nasceu nele: "Finalmente, alguém que pode me ajudar!". A moça estava quase perto dele quando, ao vê-lo, ela abriu um leve sorriso:
- Finalmente eu te encontrei!
James ficou ainda mais aliviado:
- Ah, que bom que a minha mulher mandou me procurar! Você é policial?
- Na verdade, James, sua mulher jamais ia querer que eu te encontrasse.
- O quê? Como assim?
A mulher ficou em silêncio por longos instantes. James começava a se sentir mal, o mundo parecia diferente e igual ao mesmo tempo. As árvores pareciam vigiá-lo, os pássaros noturnos pareciam cantar só pra ele. Depois de um breve devaneio, ele pergunta:
- Quem é você?
- Eu tenho muitos nomes, mas você pode me chamar de Meiry. Vamos, vou levá-lo para ver sua mulher.
- Onde estamos?
- Não importa. Apenas feche os olhos.
- Pra quê?
- Feche.
James obedeceu por uns quatro segundos. Ao abrir os olhos, ele se viu na frente de sua casa. A cada minuto ele ficava mais confuso.
- Como você fez isso?
- Não quer se despedir da sua mulher?
- Clar... Me despedir, por quê?
- Olhe.
A calma de Meiry diante daquela situação bizarra, era o que mais o assustava. Porém, quando olhou para dentro de sua casa, ele ficou boquiaberto. Sua mulher estava beijando um desconhecido e, logo depois, falava com uma adolescente, a quem chamava de filha.
- Não é possível! Minha filha tem nove anos!
- Não é mais, há muito tempo.
- Já chega! Me diga o que está acontecendo, AGORA!
Meiry ainda o olhava com ternura:
- Quer saber um dos meus outros nomes?
- Sim, mas só depois que--
- Morte.
Naquele instante, tudo ficou claro como água para James. De repente, toda a aflição passou, acalmava-se o pulso de um coração que só batia em sua mente. Meiry segurou sua mão gelada e o confortou:
- Você vai poder observá-la sempre.
- Eu sei que ela está bem agora. Eu só queria dizer pra ela que a amo.
- Ela sabe disso.
- Então estou pronto.
- Ninguém nunca está.
- Não há mais nada pra mim aqui. Não importa se estou pronto ou não. Não quero ficar e conhecer minha insanidade, nem fazê-la sofrer. Acho que você é meu novo amor.
Me revelo vinda das sombras,
O temor se reflete nas faces "civilizadas",
Sussurros de repugnância
Pela minha face distorcida por lágrimas.
Pelas ruas sinistras
O toque do vento,
Saudação da noite.
Bem-vinda, criança.
Vislumbre a aurora obscura,
A intocável esperança.
Apaixonei-me pelo guardião da passagem,
Parecia-me distinta miragem.
Adoráveis garras envolvem minha pele morta,
Beijos quebrados
Envoltos em desejos,
Como se tivesse minha vida de volta.
Meu amor é uma Rosa com espinhos:
Se souber apreciar, encanta;
Se não souber tocar, machuca.
Rosa negra no leito noturno,
Seu toque soturno
Acalma o pulso...
Amável amargo.
Que vontade de tornar o momento eterno,
Apreciar e tocar suas doces cicatrizes,
Ser vigiada por seus olhos apaixonados
De um servo torturado.
Vá, lute o quanto puder.
O destino já nos fez marido e mulher.
Mesmo como alma vagante,
Amo-te e espero nosso último instante.
"Na cortina da meia noite,
Uma vingança impensável é realizada."
Uma culpa assombrando a mente errada,
Um momento que não se esperava,
Dor reprimida alimentando a raiva,
Medo crescente do mal que se espalha.
Então, a vingança é desejada.
A Dama aparece de repente
Diante do desejo eminente.
Ela diz tornar a dor curável,
Mas é obrigada a dar ao vingador o mesmo destino,
Inevitável.
Finalmente, a fita é arrancada,
Então, a vingança é realizada.
Ela guia a alma perdida
Pelo portal da condenação,
Amaldiçoa as chamas da perdição.
Marcado no peito,
Sela o contrato,
No inferno, dois túmulos são cavados.
A dor cessa,
Lágrimas secam,
Felicidade vitalícia.
Porém, ao apagar-se o brilho,
Sua alma cairá no abismo.
A manhã de domingo estava ensolarada e movimentada, fazendo Hanna se sentir um pouco mais viva. Porém, ao ligar a televisão, ela quase perde o equilíbrio. A repórter dizia que uma mulher havia sido morta em sua própria casa. Teria sido apenas mais uma tragédia, se não fosse pela foto da vítima, onde Hanna reconheceu Melisse, instantaneamente. A mulher de quem ela quis se vingar por tanto tempo, estava com a garganta completamente cortada. Aquilo não era algo para se comemorar, mas ela sentiu uma grande parte daquele peso sumindo, escorrendo suavemente como gotas de sangue quente. No outro dia, teve outra surpresa: o advogado que havia atropelado sua irmã tinha sido executado da mesma maneira, com a garganta cortada. Seria apenas uma coincidência ou algo mais? Ela não havia feito aquilo, mas se sentia mais leve a cada
manhã. No outro dia, mesmo com os recentes acontecimentos, ela não esperava por aquilo. A mulher de seu primo viciado telefonou desesperada, dizendo que ele estava morto.
- Foi um fantasma, Hanna! Eu vi! Juro por Deus que vi! Ele matou meu marido e sumiu no ar!
Ela ficou ainda mais espantada quando ouviu a viúva descrever o assassino:
- Ele tinha olhos que brilhavam no escuro! Um brilho tão maléfico, tão sombrio!
Depois de consolar a mulher, ela desligou o celular e notou um pequeno bilhete debaixo da porta.
Quando abriu o envelope, ela não acreditava no que havia lido, nem que a verdade sobre o estranho que conhecera na lanchonete era tão chocante. No bilhete lia-se: "Fiz por você, querida, os sacrifícios de seu passado. Eu, como mensageiro da morte, costumo ter pena dos vivos. De seu amigo Ceifeiro, Joshamee."
Era a manhã de sábado mais deprimente que Hanna já havia visto. O vidro da janela roubava as lágrimas da chuva que parecia não ter fim. Por muitos anos, sua mente continuava exatamente assim: nublada, instável e confusa. Segurando uma xícara de café fumegante, ela relembrava aqueles acontecimentos dolorosos que haviam enchido sua alma de dor, amargura e rancor.
O mundo de Hanna começou a escurecer quando, um mês antes de se casar, uma mulher, chamada Melisse, seduziu seu noivo, fazendo-o desistir do casamento. Um ano depois, sua irmã foi atropelada por um motorista bêbado e ficou paraplégica, enquanto o homem, por ser um advogado, escapou da condenação. Três meses depois, Hanna foi acusada injustamente de vender drogas, pois seu primo era viciado, e, para não ser preso, incriminou-a.
Mas agora, depois de cinco anos, ela estava livre...cinco anos que deixaram uma marca eterna de sofrimento. Hanna se tornou fria e, às vezes, sádica.
Ela dirigiu até uma lanchonete, pois mesmo toda aquela chuva não lhe obrigava a cozinhar alguma coisa para comer. Comprou um hamburguer qualquer e se sentou. Era um lugar lotado e barulhento, mas ela não se incomodava, afinal precisava de alguma coisa que a fizesse lembrar de que ainda vivia em uma sociedade. A única cadeira vazia que restava era aquela ao seu lado, e, segundos após ela perceber isso, um homem fala ao seu lado:
- Se importa se eu sentar aqui? Comer em pé me dá insônia.
Depois de pensar por um instante, responde:
- Claro que não. Pode sentar.
- Ah, obrigado! Prometo que não incomodo.
- Não se preocupe.
O homem percebeu que ela não queria conversar, mas tirou seus óculos escuros e estendeu a mão:
- Meu nome é Joshamee. Prazer.
Mesmo sem nenhum interesse em falar, ela retribuiu:
- Eu sou Hanna. Prazer.
- É um nome bonito!...Mas, por quê essa tristeza?
Hanna ficou surpresa, será que sua dor estava tão evidente? Então, ao olhar diretamente nos olhos do homem, notou uma coisa realmente intrigante: seus olhos eram de um azul cristal claríssimo, quase brancos.
Depois de um tempo, respondeu:
- Não sei do que está falando.
- Tanta mágoa reprimida está lhe destruindo por dentro. Eu vejo isso.
- É uma história e tanto.
- Eu tenho tempo.
Então, Hanna começou a contar suas desventuras, enquanto Joshamee parecia fascinado e aflito com a história. Depois de se despedirem, os dois tomaram seus respectivos caminhos, e, ao chegar no seu apartamento, ela percebeu que não conversava com uma pessoa há muito tempo. Talvez aquela conversa tenha feito bem à ela, mas não era o bastante para tirar o gosto amargo do passado.