segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Na Companhia da Morte

Caminho nesse túnel escuro
Com a paz e tranquilidade que nunca tive,
Pois meus olhos se acostumaram à penumbra
Da eterna noite em que vive.

Avisto uma figura imponente,
Será uma armadilha da minha mente?
Será apenas ilusão?
Uma mera aparição?
Ou a Dama de Preto que me espera?

Suas mãos geladas,
Porém acolhedoras,
Me guiam por estradas desconhecidas,
Onde deixo as agonias,
E lá elas permanecem esquecidas.

Passamos por uma estrada de fogo,
Mas ela me protege das chamas malditas
Com seu manto negro...
E eu saio sem feridas.

O destino não é tão importante quanto a jornada,
Parece chegar ao fim essa caminhada.
Em um abraço cercado por suas asas
Eu adormeço sob seu olhar gentil
Em um sonho eterno
Abitado por tantas almas.

Nunca vi o rosto por baixo daquele capuz,
Mas pude sentir seu olhar de satisfação.
Ela terminou seu trabalho por enquanto,
Até ter que ceifar outro coração.

Não trocaria a companhia da escuridão,
Da noite e do silêncio por nenhum sonho colorido,
Essas companhias mantiveram minha sanidade intocada,
Enquanto a vida arrancava minha última lágrima.


Um comentário:

  1. Adorei seu poema nobre Lady!
    belíssimo!

    ______________
    Agradeço sua adorável visita ao SILENCE.
    é sempre bem vinda por lá.

    Até breve Srta!

    ResponderExcluir